Antônio Bivar
quarta-feira, 8 de junho de 2011
A trapezista do Circo
"Era uma vez, mas eu me lembro como se fosse agora, eu queria ser trapezista. Minha paixão era o trapézio, me atirar lá do alto na certeza de que alguém segurava minhas mãos, não me deixando cair. Era lindo mas eu morria de medo. Tinha medo de tudo quase, cinema, parque de diversão, de circo, ciganos, aquela gente encantada que chegava e seguia. Era disso que eu tinha medo, do que não ficava para sempre. Era outra vez, outro circo, ciganos e patinadores. O circo chegou a cidade era uma tarde de sonhos e eu corri até lá. Os artistas, eles se preparavam nos bastidores para começar o espetáculo, e eu entrei no meio deles e falei que eu queria ser trapezista. Veio falar comigo uma moça do circo que era a domadora, era uma moça bonita, forte, era uma moçona mesmo. Ela me olhou, riu um pouco, disse que era muito difícil, mas que nada era impossível. Depois veio o palhaço Poli, veio o Topz, veio o Diverlangue que parecia um príncipe, o dono do circo, as crianças, o público. De repente apareceu uma luz lá no alto e todo mundo ficou olhando. A lona do circo tinha sumido e o que eu via era a estrela Dalva no céu aberto. Quando eu cansei de ficar olhando para o alto e fui olhar para as pessoas, só aí, eu vi que eu estava sozinha".
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Um comentário:
Oi querido!
Não sei se sabias , mais adoro este poema, tenho ele declamado na voz de Bethânia, e foi através dala que conheci Bivar e me encantei por parte da obra dele. Não sei bem, mais pareçe que ele fez esse poema depois de ouvir ela falando das histórias de um circo que havia ido a sua cidade quando ainda era menina... Nos DVD Pedrinha de Aruanda ela fala bem desse circo, inclusive da trapesista e do palhaço Poli.
Adorei relembrar isso tudo!
Não deixe de postar coisas maravilhosas como esta.
Abração
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