segunda-feira, 18 de maio de 2009

O Último Pôr-do-Sol

O último pôr-do-sol me ofereceu grandes lembranças
Um tempo próximo, mas que insistiu para ir embora
Sem permissão e até mesmo sem vontade de partir.
Revirando a mente em busca de cada momento em que o tempo estava aqui
Varrendo sua ida pra longe, engavetando junto com as dores.

Esse mesmo pôr-do-sol trouxe-me o seu perfume
Trouxe-me o cheiro de tua pele, o calor do teu corpo
Me trouxe teu toque suave, seus pêlos e cabelos
Me trouxe-me tua voz a meu ouvido e seu olhar
Trouxe-me a imensidão que agora estou
Trouxe-me a saudade, a tristeza e a dor.

O Sol já se foi e ao se pôr, me empurrou na parede
E me fez ver que não era passageiro, como era dito
Que pode até passar, mas não agora, não assim, fácil
O Sol já posto, traz a escuridão da noite sem lua
Traz o medo, e a solidão.

Talvez o próximo pôr-do-sol seja mais bonito,
Chame minha atenção de uma forma mais interessante
Me faça voltar a meu mundo, ser quem sou
E só assim não precise mais usar minha bela máscara.
O meu próximo pôr-do-sol, necessariamente pode não ser amanhã
Nem depois, um dia ele chega mesmo que seja preciso esperar.
Esperar mais 10 anos pra te ter em meu pôr-do-sol.

Ulisses Freire
18/05/2009

2 comentários:

Anônimo disse...

Tarefa árdua essa do desprendimento!

(?) disse...

cara! andei meio desligado do blog, mas acabei de ver teu comentário lá! acabei passando por aqui e te favoritando tambem :}
muito legal teu texto, parabéns!

* sobre o teu comentário lá, tem uma frase de um livro que eu gosto muito que descreve muito bem o que tu falou:
"Quando a vida lhe oferece um sonho muito além de todas as suas expectativas, é irracional se lamentar quando isso chega ao fim."

abraço :}