domingo, 4 de setembro de 2011

A ponte

O tamanho da loucura que cometemos, não esta exatamente na distancia que percorremos apenas por um olhar, mas sim por saber o que esse olhar nos proporciona.
Nem sempre encontramos as melhores coisas ao atravessar essa pequena ponte, mas é satisfatório saber que não foi em vão essa travessia, e mais satisfatório ainda é saber que seria feito de novo, e mais outra vez, só por saber que lá do outro lado tem algo a sua espera.
Se será seu, só o tempo, dono de todas as coisas, pode te dizer isso, e nem adianta força pra saber, sua tortura será apenas mais forte. Então como todo mundo sempre diz, deixa acontecer.
É deixando acontecer que tudo vem a tona, a saudade do que se teve, a falta do que você sabe que ainda pode ter, as palavras que foram ditas e você tinha certeza que não eram verdadeiras, as atitudes que contradizem tudo que foi dito.E em uma simples troca de olhares você tem a certeza ainda maior que aquela travessia, mesmo que dolorosa, valeu a pena.
E quando menos se espera, você não está do outro lado da ponte, mas na metade dela, exatamente no meio, mas não no meio como uma dúvida, como “em cima do muro”, mas no meio por ter percorrido apenas metade do caminho, e a outra metade te veio ao encontro.
É quando se torna perceptível que não se é uma busca unilateral, não é nada solitário, desejos e vontades de um único partido, mas um comum de dois.
E onde isso vai terminar? É simples, ou parado ali na metade daquela ponte, na inércia da vida, ou pulando de mãos dadas, para imensidão da loucura por alguém.

Ulisses Freire
04/09/2010


Um comentário:

Jefferson Ribeiro disse...

curti demais. Super, ótimo.