Não foi preciso chorar
Não havia motivos pra deixar lágrimas
Invadirem meu peito, como quem sai por nada
Não foi assim que pensei acontecer
Mas não me deixo gritar sem alcançar
O som do meu coração
Que descompassado bate
Triste?
Não diria ser assim, uma tristeza
Diria que o barco não continua a navegar
Que o leme troca de capitão
Que o mar me surpreendeu
Quando entoou um novo canto
Digo que a maré
Levou o que poderia vir a ser um fim
Digo que a maré mudou o rumo
Digo que a lua hoje reflete
Nas ondas, um outro rosto!
Ulisses Freire
segunda-feira, 19 de abril de 2010
segunda-feira, 5 de abril de 2010
O Pagamento
No cansaço de tentar algo que não me cabe mais,
tenho até vontade de sumir e deixar tudo que construí até aqui.
Meu corpo já não me responde como deveria,
minha mente agora tem vida própria,
minhas pernas não vão mais onde quero,
minhas mãos não seguram mais o que desejo.
Quanto as minhas palavras,
Ah, as minhas palavras,
Essas é que não me respeitam mesmo.
É como se meu controle sobre o que quer que eu fale
Estivesse sido escasso
E o que me resta é apenas o mínimo sobre o que escrevo.
Só dessa forma sai o que quero, como quero, mesmo que, com medo.
Sabe... A vida deveria ser mais maleável,
facilidade mesmo, como um cardápio.
Mas pensando bem, a vida é bem parecida com um desses.
Olhamos, escolhemos e pedimos.
Simples dessa forma.
Sendo que nunca ou poucas vezes lembramos
Que após estarmos totalmente satisfeitos
Vem o mal esperado...
O pagamento.
Desses, que por mais que tentemos fugir,
um dia ele nos dá uma bela rasteira,
então é encarar, levantar de novo e sorri mais uma vez,
Porque sabemos que um pouco mais na frente,
Estaremos no chão de novamente.
Ulisses Freire
05/04/2010
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