De tanto acreditar que poderia
Deixar de lado aquele meu passado,
Resolvo, sem pudores, encher-me com presentes
Não um, nem dois, vários.
Na tentativa, em vão, de suprir
Algo já inexistente, ou simplesmente unilateral.
O que mais dói, é saber que tudo foi ilusão.
Ilusão doce e gostosa. Vivida e finalmente morta.
Digamos que assassinada,
Por sua ânsia, vomitada em minha cara,
Do não mais desejo carnal,
Do olhares perdidos em ruas lotadas
Da vontade do comprimento nada absoleto
E ainda do sentimento nunca apagado.
O tempo passou e nada mais se pode fazer,
É se agoniar, arrepiar, coração apertar e deixar passar.
Passar do outro lado daquela mesma rua lotada,
Na esperança de quem sabe um dia você voltar.
Ulisses Freire 25/07/2010